
E um prazer estar aqui para contar
um pouco da minha historia. Meu nome é Alcino Neto, nasci e fui criado no
Guarujá litoral de São Paulo, Comecei a praticar o surf aos 8 anos, durante a
infância e adolescência participei de alguns eventos regionais nos quais me
destacava por ter um surf fluido.
Em 86 sofri um acidente de moto no
qual fui atropelado por um motorista na contramão. Isto ocorreu quando eu tinha
15 anos de idade. Devido a gravidade dos meus ferimentos e pela falta de
assistência adequada tive minha perna esquerda amputada.
Ao sofrer o acidente me deparei com uma
grande mudança em minha vida que foi a transformação do meu modo de viver e
encarar as limitações, tentando superá-las o tempo todo. Foi então que voltei a
praticar a natação após seis meses do acidente, onde me senti seguro para
voltar a pratica do surf. O retorno ao surf foi um estagio natural de minha
vida no qual tive que desenvolver o meu próprio estilo de surf.

A primeira vez em que tentei voltar a surfar busquei deslizar em uma onda pequena e percebi que podia utilizar uma mão na frente e minha perna direita atrás. Com essa técnica descobri o centro de gravidade perfeito no qual me senti totalmente seguro . perseverança e dedicação foi o fator principal, Nesta época me sentia sozinho e sem apoio, mas mesmo assim lutei para conquistar o meu novo estilo e meu espaço. Naquele exato momento eu percebi a importância de uma ajuda. Nesta mesma época não usava nenhum tipo de prótese e sim tentei produzir uma perna de madeira onde surgiu meu apelido
Pirata Comecei a trabalhar
buscando uma nova prótese, foi quando portas começaram a surgir para meu
desenvolvimento no surf. Quando consegui a perfeição da técnica e auto-
confiança no meu modo de viver, busquei amparar outras pessoas que necessitavam
de ajuda, e resolvi abrir uma escola de surf para deficientes físicos e
crianças carentes. Com o sucesso destas aulas passei a expandir meu trabalho
dia a dia, proporcionando um grande incentivo e motivação para aqueles que as
freqüentavam. A idéia era que essas pessoas descobrissem seus potenciais
através do esporte e superassem seus próprios limites. A partir daí, nunca mais
parei de tentar , ajudando as pessoas que necessitavam . A sociedade apresenta
grande dificuldade em lidar com as diferenças e este fator faz com que a
exclusão predomine distinguindo os mais e os menos adeptos á integração ao
processo.